Crise iminente: 12 milhões de km² da superfície terrestre podem afundar em 20 anos

 


Um estudo publicado na revista científica Science alerta para um risco crescente de que pelo menos 8% da superfície terrestre possa afundar em menos de 20 anos. A pesquisa indica que cerca de 12 milhões de quilômetros quadrados de terra estão ameaçados, com uma probabilidade de isso acontecer que passa dos 50%. Esse fenômeno geográfico, conhecido como subsidência, é causado pelo rebaixamento da superfície de um terreno por conta da extração de água, petróleo e gás do subsolo subterrâneo.

As áreas mais afetadas serão aquelas próximas a locais urbanos e irrigados, com alto nível de estresse de água e grande demanda em relação à água encontrada no subsolo, como, por exemplo, locais na Ásia e na América do Norte. A demanda por água subterrânea já tem causado implicações sérias para a humanidade – e deve aumentar nas próximas décadas.

O estudo aponta que a subsidência reduz permanentemente a capacidade de estoque do sistema aquifero, causando fissuras na terra, prejudicando prédios e infraestruturas civis, além de aumentar a suscetibilidade e o risco de inundações. O estudo mostra que a cidade que afunda mais rápido no mundo inteiro está localizada no Irã e a cada ano, fica 25 centímetros mais funda por conta de um bombeamento irregular.

Os maiores riscos para a população estão na Ásia (com 86% da população provavelmente exposta à subsidência) e na América do Norte e na Europa (ambos continentes com 9%). Os resultados, de acordo com os pesquisadores, mostra que 97% da população exposta globalmente está concentrada em 30 países – sendo que a Índia e a China são as líderes em termos de extensão e população exposta.

As mudanças climáticas têm um papel significativo nesse processo. "Durante esse século, o aquecimento global causará um impacto sério no recurso da água no mundo todo, por conta do aumento do nível dos mares, inundações cada vez mais frequentes e severas, bem como secas e mudanças no valor de precipitação (chuva versus neve), e um aumento na evapotranspiração. As secas prolongadas irão diminuir o carregamento de água subterrânea e aumentar o seu esgotamento, intensificando a subsidência", explicam os cientistas.

Os pesquisadores chamam a atenção para o fato de que a subsidência é um problema sério e que pode atingir o resto do mundo mais cedo do que o imaginado. Em 2018, a ciência já havia alertado para os efeitos da subsidência em Jacarta, capital da Indonésia, que havia afundado 2,5 metros em 10 anos, com uma expectativa de continuar descendo 25 centímetros por ano.

Para evitar o agravamento da situação, os pesquisadores defendem que é preciso adotar práticas sustentáveis para a utilização da água, como a redução da extração de água subterrânea, o controle da poluição da água, e a utilização de tecnologias.

Com informações de cienciaetecnologia.com 

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